sexta-feira, 28 de maio de 2010

ARTE DE SER FELIZ

Houve um tempo em que minha janela se abria sobre uma cidade que parecia ser feita de giz. Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco.
Era uma época de estiagem, de terra esfarelada, e o jardim parecia morto.
Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas.
Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse.
E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.
Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor.
Outras vezes encontro nuvens espessas.
Avisto crianças que vão para a escola.
Pardais que pulam pelo muro.
Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais.
Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar.
Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega.
Às vezes um galo canta.
Às vezes um avião passa.
Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino.
E eu me sinto completamente feliz.
Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas, que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem, outros que só existem diante das minhas janelas, e outros, finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.

(Cecília Meireles)

BÊNÇÃO CELTA

"No dia que o peso apoderar-se dos teus ombros, e tropeçares, que a argila dance, para equilibrar-te!
E, quando teus olhos congelarem, por trás da janela cinzenta, E o fantasma da perda chegar a ti...
Que um bando de cores, índigo,vermelho,verde E azul celeste, venha despertar em ti, Uma brisa de alegria.
Quando a vela se apagar no barquinho do pensamento, e uma sensação de escuro estiver sobre ti, que surja para ti, uma trilha de luar amarelo, para levar-te a salvo pra casa.
Que o alimento da terra seja teu!
Que a claridade da luz te ilumine!
Que a fluidez do oceano te inunde!
Que a proteção dos antepassados, esteja com você!
E assim... que um vento teça essas palavras de amor á tua volta, num invisível manto, para zelar por tua vida, onde estiveres.
Que assim seja!!
E assim se faça."


Tantas vezes eu leio essa oração, tantas vezes me emociono.
Fico pensando na beleza que é a sensibilidade de pessoas que são capazes de exteriorizar um pensamento dessa natureza através das palavras.
Bendita seja a inteligência, bendito seja o amor, atributos divinos do Espírito imortal. Sandra

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Filme "Nosso Lar" - Dia 3 de setembro

Tenha Tempo para Tudo


*
Reserve tempo para pensar, é esta a fonte do poder.

* Reserve tempo para trabalhar, este é o preço do êxito.

* Reserve tempo para divertir-se, é este o segredo da juventude.

* Reserve tempo para ler, é esta a base da sabedoria.

* Reserve tempo para ser amigo, é este o caminho da felicidade.

* Reserve tempo para amar e ser amado, é este o privilégio dos Deuses.

* Reserve tempo para ter fé, é este o caminho do otimismo.

* Reserve tempo para ser útil aos outros, esta vida é demasiada curta para que sejamos egoístas.

* Reserve tempo para rir, é esta a música da alma.

* Reserve tempo para sonhar, é este o meio de ligar a uma estrela, o carro em que viaja na Terra.

(Velha exortação inglesa de autor desconhecido).

Esteja em paz!

"Esteja em Paz...Lembre-se da impermanência de tudo. Torne-se o que você é. Seja humilde. Aceite que a Vida seja mestra da sua vida, aceite que a Inteligência Criadora seja a mestra da sua razão, aceite que a Beatitude Infinita seja a mestra da sua alegria, que o Espírito Santo seja o mestre do seu espírito, que o Espírito seja o mestre de sua alma, que a sua Alma seja a mestra do seu corpo. Ame com inteligência e faça o que quiser. Seja consciente e faça o que puder para a sua felicidade e o bem de todos." JEAN YVES LELOUP

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Busca da felicidade

Eu penso que a busca da felicidade começa nas pequenas coisas e situações, na rotina da nossa vida.
Então ela tem origem nas conquistas que fazemos entre e com os nossos familiares, lá na intimidade da nossa casa.
Penso também que sem a presença de Deus nas nossas vidas ela (a felicidade) não acontecerá. Ou pelo menos não acontecerá da forma como esperamos.
Por isso transcrevo uma mensagem do Espírito Meimei mostrando, de forma muito bonita e poética, as transformações que ocorrem em nossas casas quando incorporamos o hábito do Evangelho no Lar.

OÁSIS DE LUZ

Suave, suavemente, belo jorro de luz desceu da Amplidão, coroando, de todo, a casa singela.
Dir-se-ia que a construção fora atingida em segundo por fulgurosa cascata de raios luminescentes.
Inflamara-se o teto de láurea rutilante.
As paredes coloridas por luminárias ocultas faziam-se transparentes, despedindo bonançosas centelhas.
De janelas e portas, fluíram de inesperado, caudais de bênçãos, qual se o ambiente interior estivesse inundado de nutriente energia.
Chama blandiciosa dissolviam as sombras, desabotoando prematura alvorada em meio às trevas noturnas e o firmamento, nos cimos parecia cálida, umbela deitando flores argenteadas sobre o anônimo ninho humano, que passara da condição de apagado recinto à ilha refulgente de alvenaria.
Os insetos da noite ciciaram com mais brandura, cães das proximidades aplacaram ladridos e os habitantes de residências vizinhas experimentaram sem perceber a intangível presença de paz profunda.
Contudo, na intimidade doméstica, acentuava-se, deslumbrante, o painel festivo, qual se varinha mágica fizesse nascer de pessoas e cousas, balsâmicas radiações de entendimento e simpatia.
Trajara-se a sala modesta de surpreendente grandeza, convertida em deleites remanso por banho lustral de amor puro que fixava sorrisos musicais de bondade em cada fisionomia.
Halos fulgurantes revestiram todas as formas alindando-lhes os traços e as cores sob o poder de ignoto cinzel.
Auréolas de esplendor tocaram os moradores, lágrimas de jubilosa esperança tremularam, furtivas, em olhos alumiados de reconforto, rostos brilharam confiantes, impregnaram-se as frontes de lume tênue, palavras ressoaram mais ternas, tonificaram-se corações em novos haustos de força e alcandorou-se a emoção a eminências desconhecidas, em transportes de irresistível candura.
Na esteira de luz em torno, transeuntes do Espaço respiraram felizes, enquanto, não longe, menestréis da Vida Maior, vocalizaram canções de bom ânimo para todo o grupo de intenso brilho.
A transfiguração arrebatadora e imprevista era Jesus, o conviva celeste em visita à casa humilde: instalara-se ali, o culto santificante do Evangelho.

Meimei (Psicografia de Francisco Cândido Xavier)
Do livro: Ideal Espírita

Frases

Se os seres prestassem atenção às pequenas insinuações feitas pelos astros, veriam através dos seus rastros a dança perfeita entoada pela grande música do Universo.
(Sandra)

Ditado chinês

Há um ditado chinês que diz:
“Se dois homens vêm andando por uma estrada, cada um carregando um pão e, ao se encontrarem, eles trocarem os pães, cada homem irá embora com um. Porém, se dois homens vêm andando por uma estrada, cada um carregando uma idéia e, ao se encontrarem, eles trocarem idéias, cada homem irá embora com duas.”
Sempre que possível, troque idéias. Elas esclarecem, acrescentam, ajudam, evoluem.
Ainda que você não precise delas, servirão para o outro.

REALIDADE DISTANTE


Sonhei que sonhava...
Tudo era, então, risonho e doce encantamento, onde a dor e o sofrimento, a tristeza e a maldade se diluíam, quais bolas de sabão ao sabor do vento, em primavera cantarolante.
Os rios encachoeirados douravam-se sob os raios de permanente luz e os homens, em bandos gárrulos, exaltavam o amor.
Havia, em toda parte, a fraternidade sem suspeita e o serviço sem remuneração.
A poesia do bem recitava os versos de enternecimento com que as criaturas melhor se entendiam e completavam.
Recordei-me da guerra e do ódio, das pestes e dos suplícios, mas ninguém me pôde responder, quando interroguei os felizes habitantes desse paraíso.
Todos eram jovens e sábios com a idade dos tempos vencidos, além dos tempos a vencer...
Nem sombra ou mácula encontrei em parte alguma e dei-me conta de que as claridades que fulguravam em todo lugar nasciam em toda parte, sem extinguir-se em noite de triunfo mentiroso.
Sonhei que sonhava com o porvir, quando o Carro do Rei da Juventude e da Paz rasgará a estrada do infinito no rumo do sem-fim.
Amado Rei, por quem anelo, sempre sonhei contigo, porém hoje sonhei que sonhava.
... A Realidade chegou e despertou-me, dizendo-me, em canção de esperança: durma e aguarda! Amanhã já não sonharás, porque o teu sonho já será.

(Do Livro “Estesia”, de
Divaldo Pereira Franco/Rabindranath Tagore)